domingo, 14 de novembro de 2010

Vamos pôr o papo em dia


Caramba! Estou uma blogueira tão ausente ultimamente, peço perdão.

Eu tenho uma comunidade no Orkut que diz que as pessoas só percebem sua importância quando sentem sua falta, na maioria das vezes. Essa síntese me fez perceber algo. Antes, esse blog aqui, era parte de mim, mas eu achava um tanto quanto tosco vir aqui falar pensamentos e mostrar alguns textos e trechos de livros e etc. que eu gosto. Enfim, pra mim, isso aqui tudo era em vão. A questão é que o cotidiano anda me tirando toda a inspiração e criatividade e me fez essa escritora tão ausente, e nessa ausência várias, pessoas me procuraram pra dizer que eram leitores de carteirinha do meu blog e que estavam tristes por eu ter o deixado de lado, no começo, não levava a serio, mas agora eu vi a importância disso aqui, não só pra mim.

É por isso que eu a partir de agora, em hipótese alguma eu deixarei de lado as minhas escritas, e sempre que puder venho deixar uma palavrinha aqui.

(Carina Palhano)

Eu sou assim e ponto.


“Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade. Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta. Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada. Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido. Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Essa saudade, que faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe. Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade com que se experimenta a alegria. Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que também mora na sutileza. Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo.
Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida. Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim.”

(Ana Jácomo)